terça-feira, 25 de setembro de 2018

Sindicato é informado que problemas nos terminais de auto-atendimento do Banco do Brasil em Hulha Negra vão continuar pelo menos até janeiro

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        O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região não recebeu uma boa notícia no encontro com o diretor do Marfrig Group, Rui Mendonça Júnior. Em contato com representantes do Banco do Brasil, a instituição financeira informou que o problema com o limite de saque de até R$ 500,00 nos terminais de auto-atendimento que não contém o sistema de leitura de digitais (biometria) vai continuar pelo menos até janeiro.

            A norma do Banco do Brasil vigora desde julho e está prejudicando os trabalhadores do Pampeano Alimentos em Hulha Negra. O problema é que os terminais no município não tem acesso biométrico. Por causa disso, quem sacar dinheiro na sexta-feira nos terminais existentes no Supermercado Cooptil, para voltar a sacar novamente  tem que esperar até segunda-feira se precisar de um valor maior. Ou ainda: perder tempo e gastar combustível com carro, moto, ou mesmo arcar com a passagem de ônibus para vir a Bagé e sacar, se a necessidade for mais urgente.

            A explicação do banco é que não há condições de colocar novos equipamentos à disposição do publico agora. É necessária a realização de processo licitatório para a disponibilização de dois terminais de atuo-atendimento. Entretanto, só a partir de janeiro de 2019 é que há previsão de acesso por parte da comunidade e dos trabalhadores de Hulha Negra.

      Desde que recebeu reclamações dos trabalhadores, o Sindicato contatou a direção da empresa para buscar uma solução, já que o dinheiro pertence ao trabalhador e é o Marfrig quem faz o depósito via Banco do Brasil. Apenas agora em setembro que o banco se manifestou. “É inadmissível que o trabalhador não tenha acesso aos valores de seu salário para sacar. No mínimo esperávamos uma pressão maior da empresa sobre o banco. Acreditamos que se houvesse um interesse maior em ajudar os trabalhadores o mínimo que se poderia fazer era trocar de banco, já que o Banrisul e o Sicredi têm agências em Hulha Negra, mas isso não aconteceu. É lamentável”, ressalta o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral.

      Lamentavelmente, em Hulha Negra, não é a primeira vez que os trabalhadores têm problemas com os caixas automáticos do Banco do Brasil. Houve oportunidades em que os equipamentos ou estavam com problemas (estragados) ou sequer tinham dinheiro.

      “Queremos deixar claro que fizemos nossa parte como Sindicato, fizemos as tratativas e cobramos da empresa uma solução. Essa situação é terrível para o trabalhador e reiteramos que, se houvesse maior disposição da empresa, uma multinacional com centenas de empregados que são clientes do banco, isso poderia ser resolvido de maneira mais rápida”, complementa Cabral.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Trabalhadores aguardam sindicato patronal para definição de acordo coletivo para padarias, engenhos, laticínios, pequenos frigoríficos, embutidos e outros

Não há previsão de nova rodada de negociações entre as partes

      Após varias reuniões de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA) com a classe patronal, o acordo coletivo de trabalho para empregados de padarias, engenhos, indústria de laticínios, embutidos, pequenos frigoríficos e outros, permanece indefinido. A situação e delicada e não há encontro entre as partes desde o dia 31 de julho e nem uma data definida ate o momento.
      A data-base da categoria é 1º de junho. Neste mês de setembro faz 15 meses que uma boa parte dos trabalhadores (cerca de 30%) não tem seus salários reajustado - os demais tiveram um reajuste por força do piso regional. A tendência é que o Dissídio Coletivo seja ajuizado junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre.
      O Sindicato das Indústrias de Alimentação (patronal) fez uma proposta de um reajuste linear de 2.76% (que seria a inflação de 1.76% mais 1% de aumento real) e um piso salarial de R$ 1.263,40. Entretanto, o reajuste esta condicionado à criação de um Banco de Horas, (proposta rejeitada pelos trabalhadores em assembléias), o não pagamento das horas trabalhadas em domingos e feriados (pagas, atualmente, com 100%) e dar as folgas em outro dia da semana, além da exclusão da cláusula do Auxílio Escolar e regulamentação da jornada 8 x 24 horas de trabalho.
      O STIA/Bagé concorda com a proposta de reajuste e o valor do piso salarial, mas rejeitou a inclusão dos demais itens por serem prejudiciais. "Seria um retrocesso aos interesses dos trabalhadores", afirma o presidente do Sindicato, Luiz Carlos Cabral. O STIA encaminhou à classe patronal a proposta de um reajuste de 3.5% nos salários, um Piso Salarial de R$ 1.270,00, salários profissionais nos engenhos de arroz, qüinqüênios, além da manutenção das demais cláusulas.
      Cabral ressalta que as negociações do dissídio coletivo têm por objetivo o reajustamento nos salários, das cláusulas econômicas, condições de trabalho e outros, sempre procurando avançar e melhorar. "Neste ano fica bem clara a intenção do sindicato patronal de trancar as negociações e de levar a ajuizamento o Dissídio Coletivo da nossa categoria profissional", afirma o presidente.
      A direção do Sindicato aponta que as empresas querem trazer para dentro do dissídio itens da reforma trabalhista, que serviu apenas para retirar direitos dos trabalhadores, já que o poder de compra da população ficou reduzido e o número de desempregados aumenta a cada mês no Brasil. "Direitos não se reduzem, se ampliam. É por isto que o Sindicato rejeitou estas propostas absurdas e não houve acordos nos dissídios, isto eles não falam para os trabalhadores", sustenta Cabral.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

TRTs ignoram reforma trabalhista e reajustam processos acima da inflação



      Os Tribunais Regionais do Trabalho do país vêm ignorando a nova CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) na correção de dívidas trabalhistas. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, eles estão aplicando um índice mais vantajoso para os empregados: dos 24 TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho), sete já contrariaram a reforma trabalhista, em vigor desde 2017.
      A matéria relata que "decisões dessas cortes corrigiram passivos, como horas extras, com o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial), uma derivação do índice oficial de inflação" e que "a nova lei estabeleceu a atualização dessas dívidas, enquanto os processos correm na Justiça do Trabalho, pela TR (Taxa Referencial), usada para remunerar a poupança." 
      A rigor, o quadro que se tem é: enquanto a TR ficou perto de 0% no acumulado do ano, o IPCA-E, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve alta de 3,68%. Há ainda um juro somado às ações: 1% ao mês.
      A questão legal embutida na 'rebeldia' dos TRT's é que o uso do IPCA-E se fundamenta em uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), feita em 2015. Naquele momento, a corte determinou sua aplicação na atualização de precatórios --dívidas públicas de municípios, estados e União em ações judiciais.
      A reportagem ainda destaca que "integrantes dos tribunais de São Paulo (capital, região metropolitana e Baixada Santista), Campinas (interior paulista), Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Bahia, mesmo após a reforma, aplicaram o IPCA-E. Decisões ainda afirmam que a mudança introduzida pela reforma é inconstitucional."