 |
| Última reunião presencial entre sindicatos e Marfrig ocorreu em março de 2020, antes da pandemia da Covid-19 (Arquivo STIA Bagé) |
Após quase três meses da realização das assembleias para retirada da pauta de reivindicações de trabalhadores do Marfrig/Bagé e do Pampeano Alimentos, em Hulha Negra, ainda não começaram as reuniões de negociação entre as partes. A data-base da categoria é 1º de fevereiro. A empresa já recebeu por parte do Sindicato dos Trabalhadores (STIA/Bagé) logo após as assembléias no mês de dezembro/2020 o rol de reivindicações tiradas nas assembléias, bem como a sugestão de que as reuniões de negociações iniciassem o mais breve possível. Até o momento, entretanto, não houve a definição de uma data.
Em 2020, por conta da pandemia da Covid-19 (novo Coronavírus), houve apenas uma reunião presencial (a primeira, em São Gabriel). Depois, a negociação foi realizada por plataformas virtuais. A tendência é que isso aconteça também em 2021. No entanto, o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral, está em contato com a direção do Marfrig para dar início às tratativas visando ao Acordo Coletivo. "Os trabalhadores estão ansiosos pela negociação, o reajuste salarial e um dos pontos primordial visto o momento que os trabalhadores estão vivendo com o aumento acentuado nos alimentos e outras despesas como impostas, luz, gás, etc. existem cláusulas para manutenção das garantias de direitos", pondera o líder sindical.
Cabral reforça que, com todo o receio da pandemia em 2020, os trabalhadores continuaram mantendo a produção das plantas frigoríficas. Com grande parte da carne destinada ao Exterior, os frigoríficos brasileiros, especialmente o Marfrig, não pararam suas atividades em nenhum momento. "Esperamos que a empresa se sensibilize com a dedicação do trabalhador. Afinal, nessas circunstâncias, não tivemos nenhum surto de Covid-19 nos frigoríficos da região", analisa.
"Sabemos que o vírus está em todo lugar, o trabalhador corre o risco de contrair e contaminar sua família. Muitos não saíram, não viajaram, pensando justamente neste cuidado com seus pais, filhos e demais familiares", complementa Cabral.
Outro fator que será levado pelo Sindicato à mesa de negociação é em relação ao lucro do Marfrig em 2020. No primeiro trimestre, foi de R$ 1,2 bilhão. No segundo trimestre de 2020 saltou para R$ 1,6 bilhão. No terceiro trimestre do ano passado, o lucro foi de R$ 674 milhões - o resultado do quarto trimestre ainda não foi divulgado.
"Entendemos que esse lucro também tem o trabalhador como base, já que a produção não parou em momento algum. Acreditamos que isso também deve ser levado em conta na hora de negociar o reajuste salarial para os trabalhadores", pondera o presidente do STIA.
