sábado, 27 de junho de 2020

Ministério Público do Trabalho divulga nota técnica com inconsistências na portaria que trata sobre situação dos frigoríficos

Portaria define medidas de controle e proteção aos trabalhadores ...

O Ministério Público do Trabalho (MPT) diverge da portaria interministerial que dispõe sobre prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e laticínios. A Portaria Conjunta nº 19/2020 foi publicada em 18 de junho, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, em conjunto com os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

A Coordenadoria de Defesa de Meio Ambiente de Trabalho (Codemat) e o Projeto Nacional de Adequação das Condições de Trabalho em Frigoríficos, ambas estruturas do MPT, reputam que reais e desejáveis avanços regulamentares no âmbito das competências normativas dos três Ministérios do Poder Executivo deveriam – e ainda devem, considerar aspectos técnico-científicos relacionados em Nota Técnica divulgada pelo MPT nesta terça-feira (23/6).

Segundo a nota, o MPT foi consultado pelo governo durante discussão sobre o texto da portaria. Porém, a norma foi publicada em 18 de junho com divergências em relação às referências técnicas nacionais e internacionais apresentadas pelo MPT e que vêm sendo objeto de termos de ajuste de conduta (TAC) e acordos judiciais pactuados. Os TACs encontram-se disponíveis para consulta pública em https://mpt.mp.br/pgt/noticias/coronavirus-veja-aqui-as-notas-tecnicas-do-mpt.

A partir da análise de dados referentes a vínculos de emprego mantidos no setor de frigoríficos e os casos de Covid-19, o MPT demonstra que há íntima relação entre o setor e o crescimento exponencial de casos da doença no Interior do País.

O MPT afirma que a Portaria, quando comparada às normas sanitárias estaduais e ao conhecimento técnico atualizado e às orientações internacionais, sobretudo nos pontos mais sensíveis do setor, não se mostra eficaz para controlar e mitigar risco biológico e com os potenciais danos sanitários a ele associados, não representando efetiva evolução na normatividade já positivada por Estados e Municípios, sendo em muitos pontos, inclusive, menos protetiva.

Dentre os principais pontos contestados, os procuradores destacam que a Portaria vai na contramão do mundo ao desestimular a testagem dos trabalhadores, medida que o MPT já demonstrou ser viável, eficaz e contribui para a contenção de casos nas unidades, já tendo sido objeto de diversos acordos firmados. “A medida incorporada torna-se ainda mais prejudicial aos trabalhadores, uma vez que parece desconhecer o fato de que pessoas assintomáticas ou na condição pré-sintomática podem transmitir o Sars-Cov-2, com possibilidade de, caso haja retorno às atividades sem testagem conforme padrões técnico-científico existentes, iniciar-se novo surto de Covid-19 nos estabelecimentos, com graves repercussões à saúde pública local”, diz a nota.

Os procuradores destacam, também, que a Portaria exige, para que o trabalhador seja considerado um caso “suspeito” que apresente obrigatoriamente um “quadro respiratório agudo”, ainda que presentes os demais sintomas, contrariando a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde, o que pode gerar atraso no afastamento dos trabalhadores de suas atividades, colaborando com a transmissão interna do vírus. Além disso, a Portaria adota conceitos bastante restritos para definição de “contactantes”, que se contrapõem inclusive às normas sanitárias nacionais e internacionais, bem como não prevê hipótese de afastamento do trabalho dos contactantes de casos suspeitos de Covid-19, previsão que existe, por exemplo, no Decreto Estadual 55.240/2020 do Rio Grande do Sul, o que impede a adoção de medidas efetivas de contenção da escala de transmissão da doença no ambiente de trabalho.

A Nota Técnica destaca, ainda, que foram flexibilizadas diretrizes de distanciamento interpessoal para o padrão de 1 metro, contrariando orientação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que preconiza o distanciamento de 2 metros, além de admitir distanciamento inferior a 1 metro mediante usos de máscaras que não são reconhecidas tecnicamente como equipamento de proteção individual, agravando o risco de transmissão da doença infecciosa. A Portaria, ainda, de forma mais branda que as legislações estaduais, prevê a necessidade de fornecimento de máscaras de tecido aos trabalhadores, sem qualquer exigência quanto à realização de testes de eficiência de filtragem.

A Nota técnica do MPT é assinada pela procuradora regional Márcia Kamei López Aliaga (coordenadora Nacional da Codemat), e pelos procuradores Luciano Lima Leivas (vice-coordenador nacional da Codemat), Sandro Eduardo Sardá (gerente nacional do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho em Frigoríficos), Lincoln Roberto Nobrega Cordeiro (vice-gerente) e Priscila Dibi Schvarcz (gerente nacional adjunta).

quarta-feira, 24 de junho de 2020

STIA/Bagé completa 86 anos de atuação na comunidade regional



    Neste dia 24 de junho o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região completa 80 anos de história. A entidade surgiu em meio a um período ditatorial do país, a primeira “Era Vargas”, que durou de 1930 a 1945. Houve ainda a ditadura militar entre 1964 e 1985, quando os sindicatos em todo o país sofreram com as restrições impostas pelo regime de governo. Apesar de tudo isso, os homens e mulheres responsáveis pelo alicerce do STIA em Bagé não desistiram. E o resultado hoje está diante dos olhos dos trabalhadores.
    O Sindicato surgiu de uma fusão com o  Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Bagé. A fusão foi um modo de fortalecer a classe trabalhadora à época, porque ambos os sindicatos representavam trabalhadores de indústrias no ramo de alimentos - padarias, engenhos de arroz, lacticínios, frigoríficos, fumo, bebidas, embutidos, congelados (fábrica de picolés e sorvetes) e fábrica de café.  
    O Sindicato começou de forma modesta, com apenas uma sala na Vila Industrial – onde estava localizada a planta do ex-frigorífico Cicade. Com o crescimento da entidade, alugou-se uma casa na Avenida Barão do Triunfo nº 1156, quando foi instalada a nova sede social. Pouco tempo depois surgiu a oportunidade de aquisição de um prédio próprio, na Rua Melanié Granier 157. Uma das principais realizações foi a construção do salão para a realização das assembleias, palestras, conferências, além da utilização para eventos de interesse dos próprios associados.
A estrutura atual
    Em 2013 o Sindicato reativou sua subsede no município de Hulha Negra, visando proporcionar aos trabalhadores daquele município a assistência oferecida na sede social de Bagé, com a vantagem de evitar o deslocamento dos associados e seus dependentes. Em 2019 houve a inauguração do prédio próprio, na Avenida Laudelino da Costa Medeiros, 1279. 
    Da mesma forma, a sede social passa por melhorias constantes, com intuito de oferecer aos associados melhorias na estrutura de assistência médica, odontológica, além de convênios com diferentes empresas e um local onde o trabalhador pode se sentir em casa com aquilo que é oferecido pela entidade. 
     “Na sede social, investimos em melhorias na fachada e na reforma do piso do salão. Acreditamos que esse é o melhor presente que o associado pode receber: um sindicato bem equipado, para proporcionar conforto e prestar os melhores serviços aos associados”, ressalta o presidente Luiz Carlos Cabral. 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sindicato realiza chamamento a ex-funcionários da Comercial de Alimentos Piratini


O Sindicato informa que está realizando o chamamento de 25 ex-funcionários da Comercial de Alimentos Piratini para comparecerem à sede social (Rua Melanie Granier, 157), no período da manhã, para tratarem de assuntos do interesse dos trabalhadores o mais breve possível.
O contato deve ser feito no período da manhã, com Cláudio (vice-presidente).
Estão sendo chamados os seguintes trabalhadores:
Alcida Olina F. Marques
Antonio Ferreira
Claudio Tapes Lemos
Dorcino  Fagundes  Barbosa
Gelson Meirelles
Irineu Lopes Milano
Janer dos Santos
João Candido Castro.
João Lucas Socca
João de Deus Lacerda
Joaquim Barbosa
José Efrain Pinto
Luiz Cláudio Milano
Luis Sergio Pinto
Luis Carlos Marques dos Santos
Luis Carlos C. Goulart
Marilene Fagundes Barbosa 
Maria Helena Marques
Marco Antonio R. Bitencourt
Neri Pinto Pereira
Nara Liena Ornelas
Neri José Veleda 
Nanci Xavier
Paulo Ricardo Souza
Rubem Moreno Gonçalves

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Sindicatos e Marfrig fecham Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021



      Depois de uma longa negociação, os sindicatos de trabalhadores nas indústrias de Alimentação de Bagé, Hulha Negra, Capão do Leão e São Gabriel e a Federação Intermunciipal dos Empregados nas Indústrias e Cooperativas de Alimentação do Rio Grande do Sul (FIEICA) estabeleceram com o Marfrig Group as bases para o Acordo Coletivo de Trabalho para os trabalhadores. O índice de reajuste salarial linear ficou em 4,30% (reposição da inflação do período entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2020). O piso da categoria foi estabelecido em R$ 1.385,09. Já o reajuste do cartão-alimentação para os funcionários do Marfrig/Bagé foi para R$ 233,36 – vale destacar que os trabalhadores do Pampeano recebem uma cesta de alimentos. O piso de faqueiro para o Marfrig/Bagé é, agora, de R$ 1.457,95.
      O Sindicato, entretanto, conseguiu batalhar para manter as demais cláusulas do Acordo Coletivo anterior – algo que a empresa pretendia alterar e chegou até a ameaçar ingressar com ajuizamento de Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. “Com muita luta e esforço dos trabalhadores no período de pandemia do novo Coronavírus, já que o setor da alimentação não parou em momento algum, conseguimos manter conquistas históricas e evitamos alterações que a empresa desejava, como a redução do pagamento para a troca de uniforme, redução do valor da hora extra e do Adicional Noturno, além da cobrança de 3% de transporte e  aumentar o valor da alimentação no refeitório”, destaca o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral.
      O presidente reforça que não é o valor ideal que os trabalhadores merecem, mas dentro das condições de negociação é o possível para chegar ao Acordo. “O trabalhador estava há 16 meses sem reajuste. Infelizmente, mais uma vez a empresa não reconhece e não valoriza os trabalhadores, utiliza manobras para tirar proveito dos seus empregados e dificulta as negociações”, ressalta Cabral

quinta-feira, 4 de junho de 2020

STIA/Bagé integra chapa para direção da FIEICA


      Três representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA) integram a chapa única para a nova diretoria da Federação Intermunicipal dos Empregados nas Indústrias e Cooperativas de Alimentação do Rio Grande do Sul (FIEICA). A eleição ocorre nesta sexta-feira, 5 de junho, em Porto Alegre. Integram a chapa os diretores do STIA Tanira Ramos dos Santos Martins, Cláudio Gomes Gonçalves (vice-presidente do Sindicato) e Luiz Carlos Cabral (presidente). Os cargos serão definidos após a reunião que irá reconduzir à presidência da Federação o sindicalista Darci Pires da Rocha. A posse está prevista para o dia 6 de julho.
      O Sindicato de Bagé é um dos fundadores da Federação, que surgiu em 2018, juntamente com os sindicatos de trabalhadores na Alimentação de Alegrete, Camaquã, Estrela, Pelotas e São Gabriel. O mandato da diretoria é de dois anos.
      “Neste momento difícil que o país atravessa, no meio da pandemia da Covid-19, damos uma importante demonstração de união  em defesa do movimento sindical e em defesa dos direitos dos trabalhadores”, afirma Cabral.