STIA/Bagé e sindicato patronal não chegam a acordo em primeira reunião de negociação para trabalhadores de padarias, engenhos, laticínios, embutidos, pequenos frigoríficos e outros

Terminou sem acordo a primeira reunião de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região e o sindicato patronal visando ao acordo coletivo para trabalhadores de padarias, engenhos de arroz, laticínios, embutidos, pequenos frigoríficos e outros. O encontro entre as partes ocorreu na sede do STIA/Bagé nesta terça-feira (27). A data-base da categoria é 1º de junho.

Não foi definida uma data para uma nova rodada de negociações, mas os sindicatos mantém o diálogo aberto. De acordo com o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge, as indústrias de alimentação apresentaram uma proposta de reposição de inflação do INPC (Ìndice Nacional de Preços a Consumidor) e a manutenção das demais cláusulas do acordo anterior.

"Podemos dizer que o encontro foi bom porque as empresas já chegaram com uma proposta. Entretanto, consideramos que é possível evoluir, principalmente na busca de um aumento real, acima da inflação, para os trabalhadores e a inclusão de alguns itens nas cláusulas do acordo", avalia Cabral. "Vamos manter a conversa e embora não tenhamos definido a data para um novo encontro, estaremos mantendo contato para que a negociação possa avançar", complementa o líder sindical. 

STIA/Bagé e Sindicato das Indústrias de Alimentação realizam primeira reunião para tratar sobre acordo coletivo para trabalhadores de padarias, engenhos, embutidos, pequenos frigoríficos e outros neste dia 27

A primeira reunião de negociação para o acordo coletivo de trabalho envolvendo o setor de padarias, engenhos de arroz, embutidos, pequenos frigoríficos e outros já tem data definida. O primeiro encontro entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e o sindicato patronal será nesta terça-feira, dia 27, a partir das 16h, na sede social do STIA/Bagé, na Rua Melanie Granier, 157.

A data-base da categoria é 1º de junho. A rodada de negociações ainda não havia começado pela espera do índice de inflação do período e por uma solicitação do Sindicato das Indústrias de Alimentação. 

"Embora esse pequeno atraso no início das negociações, temos uma expectativa de que a negociação possa ocorrer de forma cordial. Os dois últimos acordos tiveram um andamento rápido. Vamos discutir as cláusulas e manteremos os trabalhadores informados à medida dos avanços, como sempre fazemos", reforça o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge. 

STIA/Bagé completa 89 anos de atuação na comunidade regional

 

Manifestação pedindo pagamento de trabalhadores da antiga CICADE, na década de 1990 - Arquivo STIA

O dia 24 de junho marca uma data importante para o movimento sindical em Bagé e região. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação completa 89 anos de fundação neste sábado. Trata-se de uma das entidades sindicais mais antigas de Bagé e uma das com maior representatividade. O setor da Alimentação reúne cerca de 5 mil trabalhadores na sua região de abrangência.

A entidade surgiu em meio a um período ditatorial do país, a primeira “Era Vargas”, que durou de 1930 a 1945. Houve ainda a ditadura militar entre 1964 e 1985, quando os sindicatos em todo o país sofreram com as restrições impostas pelo regime de governo.

Em 1951, com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Bagé. A intenção foi fortalecer a classe trabalhadora do ramo de alimentos.

Com o passar dos tempo o Sindicato passou a ser mais respeitado. A categoria cresceu e passou também a reivindicar mais. As negociações foram ganhando força. E com isso inúmero benefícios passaram a fazer parte dos acordos coletivos.

Ao longo dos anos o Sindicato participou de lutas para que os trabalhadores recebessem seus direitos. Como foi o caso do fechamento do Frigorífico CICADE (na década de 1990), da Comercial de Alimentos Piratini (em um processo que tramitou na Justiça do Trabalho por quase 30 anos) e o pagamento dos minutos para troca de uniforme nos frigoríficos.

Realidade atual

Atualmente o Sindicato mantém um ginásio poliesportivo (inaugurado em) 1997, a subsede própria em Hulha Negra (inaugurada em 2019), além de oferecer atendimento médico e odontológico gratuito a seus associados e dependentes. A prestação de serviços também inclui convênios com prestadores de serviços e profissionais (especialmente da área da saúde).

Recentemente o STIA/Bagé implantou painéis solares no ginásio, visando à diminuição dos custos com energia elétrica. Além disso a entidade realiza atividades de mobilização dos trabalhadores, como competições esportivas e o Show de Prêmios ao final do ano, contemplando com brindes em sorteio os trabalhadores que estão em dia com a contribuição assistencial ao longo do ano.

“Temos uma linda jornada na comunidade de Bagé e região ao longo destes 89 anos. Ainda temos muito a evoluir. Mas temos certeza que toda essa trajetória marcou as cidades onde atuamos, principalmente nas lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores, em mobilizações históricas”, enfatiza o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge.

Participação dos trabalhadores

O líder sindical sustenta que não é fácil administrar uma estrutura como a do STIA, com milhares de trabalhadores em um dos principais setores da economia. Por isso é importante a participação ativa dos associados.

“Somos um dos poucos sindicatos em Bagé que oferecem atendimento médico gratuito aos seus associados e dependentes. E isso ajuda até a desafogar as filas do SUS. Sem o Sindicato, a nossa luta ao longo da história, não teríamos conquistas como essas”, complementa Cabral.

STIA/Bagé deverá se reunir com sindicato patronal ainda em junho para iniciar negociação de acordo coletivo para trabalhadores de padarias, engenhos de arroz, embutidos e outros

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região aguarda para os próximos dias uma definição do sindicato patronal para a primeira reunião de negociação visando ao acordo coletivo para trabalhadores de padarias, engenhos de arroz, embutidos, pequenos frigoríficos e outros. A data-base da categoria é 1º de junho. A assembleia para definição da pauta de reivindicações ocorreu no dia 13 de maio.

O STIA/Bagé já encaminhou ofício ao Sindicato da Alimentação para dar início às negociações. No entanto, devido a questões de agenda, a primeira reunião ainda não ocorreu. Em um primeiro momento as partes aguardaram a definição da inflação do mês de maio para fechar o período até a data-base. Agora, o Sindicato aguarda o retorno da classe patronal para a primeira reunião.

"Estamos no aguardo, mas a expectativa é que tenhamos a primeira reunião de negociação ainda no mês de junho para, quem sabe, definir o quanto antes o percentual de reajuste e a manutenção das demais cláusulas do acordo anterior", destaca o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge. 

Entre as principais reivindicações estão um reajuste salarial que contemple a inflação do período mais 3% de aumento real, além de um Piso Salarial para a categoria no valor de R$ 1.900,00.