segunda-feira, 25 de julho de 2011

Marfrig demite em Quatro município.

Alegando falta de gado para abate, frigorífico dispensa funcionários em Alegrete, Bagé, Capão do Leão e São Gabriel
Depois de um semestre em que enxugou mais de 800 empregos nos frigoríficos gaúchos, o Grupo Marfrig deve começar uma nova onda de dispensas nas unidades de Bagé, Alegrete, Capão do Leão e São Gabriel. Ontem, foram desligados 30 funcionários da unidade de São Gabriel e há mais 130 em aviso prévio. Em Alegrete, onde 300 pessoas já foram demitidas nos últimos meses, há mais 60 rescisões a serem assinadas em 1 de agosto, informa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, Marcos Rossi. Em Bagé, a situação não é diferente. Depois de 188 desligamentos, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Bagé (Stia), Luís Carlos Cabral, recebeu a informação de mais cem cortes. Em Capão do Leão, 50 vagas já foram fechadas neste mês, totalizando cerca de 350 dispensas no semestre.

A empresa alega que a produção de suas unidades está sendo ajustada de acordo com a disponibilidade atual de gado e que os cortes são necessários para a manutenção da viabilidade econômica. "Assim que a oferta e os demais fatores de mercado estiverem estabilizados em patamares economicamente viáveis, as operações retomarão normalmente suas plenas atividades de produção", informou o Marfrig em nota. O diretor executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, pontua ainda outros agravantes para o cenário, como o embargo russo, o dólar baixo e a concorrência do gado do Brasil Central, 10% mais barato.

Os funcionários admitem a baixa natural de oferta de gado para abate nesta época do ano, mas alegam que, em anos anteriores, a empresa concedia apenas férias coletivas. "Ficamos esperando pelas férias e esse ano tivemos demissões", conta surpreso o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de São Gabriel, Gaspar Silveira Neves. Segundo ele, há informações de que a planta, que operava com 800 empregados no primeiro semestre, deve ficar com 400.

Na próxima semana, representantes dos trabalhadores dos quatro municípios deverão realizar reunião para definir estratégia de ação conjunta. Uma das possibilidades é que eles encaminhem documento ao governo do Estado invalidando as carta de anuência concedidas ao Marfrig, que permitem ao frigorífico gozar de isenção de ICMS pelo Programa Agregar. Atualmente, a empresa, que deveria pagar 7% de ICMS, recolhe apenas 2,5%.

Segundo a Secretaria da Agricultura, sem o aval dos sindicatos, a isenção do frigorífico pode ser revista na próxima reunião do Agregar, agendada para terça-feira. Nesta semana, o Conselho de Administração do programa renovou o benefício fiscal de mais 69 empresas, entre elas, as plantas do Marfrig.

Fonte: Correio do Povo.

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