sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Trabalhadores aguardam sindicato patronal para definição de acordo coletivo para padarias, engenhos, laticínios, pequenos frigoríficos, embutidos e outros

Não há previsão de nova rodada de negociações entre as partes

      Após varias reuniões de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA) com a classe patronal, o acordo coletivo de trabalho para empregados de padarias, engenhos, indústria de laticínios, embutidos, pequenos frigoríficos e outros, permanece indefinido. A situação e delicada e não há encontro entre as partes desde o dia 31 de julho e nem uma data definida ate o momento.
      A data-base da categoria é 1º de junho. Neste mês de setembro faz 15 meses que uma boa parte dos trabalhadores (cerca de 30%) não tem seus salários reajustado - os demais tiveram um reajuste por força do piso regional. A tendência é que o Dissídio Coletivo seja ajuizado junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre.
      O Sindicato das Indústrias de Alimentação (patronal) fez uma proposta de um reajuste linear de 2.76% (que seria a inflação de 1.76% mais 1% de aumento real) e um piso salarial de R$ 1.263,40. Entretanto, o reajuste esta condicionado à criação de um Banco de Horas, (proposta rejeitada pelos trabalhadores em assembléias), o não pagamento das horas trabalhadas em domingos e feriados (pagas, atualmente, com 100%) e dar as folgas em outro dia da semana, além da exclusão da cláusula do Auxílio Escolar e regulamentação da jornada 8 x 24 horas de trabalho.
      O STIA/Bagé concorda com a proposta de reajuste e o valor do piso salarial, mas rejeitou a inclusão dos demais itens por serem prejudiciais. "Seria um retrocesso aos interesses dos trabalhadores", afirma o presidente do Sindicato, Luiz Carlos Cabral. O STIA encaminhou à classe patronal a proposta de um reajuste de 3.5% nos salários, um Piso Salarial de R$ 1.270,00, salários profissionais nos engenhos de arroz, qüinqüênios, além da manutenção das demais cláusulas.
      Cabral ressalta que as negociações do dissídio coletivo têm por objetivo o reajustamento nos salários, das cláusulas econômicas, condições de trabalho e outros, sempre procurando avançar e melhorar. "Neste ano fica bem clara a intenção do sindicato patronal de trancar as negociações e de levar a ajuizamento o Dissídio Coletivo da nossa categoria profissional", afirma o presidente.
      A direção do Sindicato aponta que as empresas querem trazer para dentro do dissídio itens da reforma trabalhista, que serviu apenas para retirar direitos dos trabalhadores, já que o poder de compra da população ficou reduzido e o número de desempregados aumenta a cada mês no Brasil. "Direitos não se reduzem, se ampliam. É por isto que o Sindicato rejeitou estas propostas absurdas e não houve acordos nos dissídios, isto eles não falam para os trabalhadores", sustenta Cabral.

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