Ainda não
houve a primeira reunião de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação de Bagé e Região e os representantes do Marfrig Group
para firmar o Acordo Coletivo de Trabalho 2021. Entretanto, após o Sindicato
encaminhar a pauta de reivindicações após a realização de assembleias no final
de 2020, a empresa enviou uma contraproposta. Os termos do documento, no
entanto, desagradaram aos trabalhadores. Até a proposta de reajuste salarial
ficou abaixo da inflação do período.
O Marfrig
propôs um reajuste salarial de 4,75%. Para se ter ideia, a inflação no período
(de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021) ficou em 5,53% pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC). A data base da categoria é 1º de fevereiro. A
empresa oferece um piso salarial de R$ 1.450,88 e um piso profissional de R$
1.527,20 ( para as funções de faqueiro).
Entretanto,
a empresa propôs a retirada de conquistas históricas que constam há anos no
Acordo Coletivo de Trabalho. Entre elas a redução do tempo para troca de uniforme
no Pampeano (atualmente em 30 minutos). Outra proposta, válida para os
frigoríficos de Bagé e Hulha Negra, é a de que as compensações possam ser
feitas em dias úteis intercalados com feriados e fins de semana mais
prolongados, bem como nos dias que não houver produção, inclusive em caráter
setorial ou individual.
O Marfrig
também propõe a redução do adicional noturno para 20%, a redução de
percentual do pagamento do adicional para trabalho em dias compensados (de 75%
para 50%), cobrança pelo transporte do
trabalhador, entre outros itens.
Os
trabalhadores do Marfrig em Bagé e do Pampeano aprovaram no final de 2020 em
assembleia a pauta de reivindicações da categoria. Entre elas o reajuste
salarial composto da inflação do período (entre fevereiro de 2020 e janeiro de
2021) mais 3% de aumento real, além da elevação do Piso da Categoria para R$
1.500,00 (atualmente está em R$ 1.385,10), além da manutenção das demais
cláusulas do acordo coletivo em vigor.
"É
inadmissível que o Marfrig apresente uma proposta que prejudique os
trabalhadores neste momento de pandemia. Os frigoríficos não param de produzir,
a empresa teve lucros históricos em todos os trimestres de 2020, no auge da
pandemia. E agora apresenta uma proposta que despreza, que desrespeita o trabalhador,
que nunca parou, mesmo correndo risco de contaminação", enfatiza o
presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral.
Ainda não
há data prevista para uma rodada de negociação entre as partes.
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