sábado, 13 de março de 2021

Marfrig encaminha contraproposta a Sindicato para Acordo Coletivo, mas proposta de reajuste fica abaixo da inflação do período

 


Ainda não houve a primeira reunião de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região e os representantes do Marfrig Group para firmar o Acordo Coletivo de Trabalho 2021. Entretanto, após o Sindicato encaminhar a pauta de reivindicações após a realização de assembleias no final de 2020, a empresa enviou uma contraproposta. Os termos do documento, no entanto, desagradaram aos trabalhadores. Até a proposta de reajuste salarial ficou abaixo da inflação do período.

 O Marfrig propôs um reajuste salarial de 4,75%. Para se ter ideia, a inflação no período (de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021) ficou em 5,53% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A data base da categoria é 1º de fevereiro. A empresa oferece um piso salarial de R$ 1.450,88 e um piso profissional de R$ 1.527,20 ( para as funções de faqueiro). 

 Entretanto, a empresa propôs a retirada de conquistas históricas que constam há anos no Acordo Coletivo de Trabalho. Entre elas a redução do tempo para troca de uniforme no Pampeano (atualmente em 30 minutos). Outra proposta, válida para os frigoríficos de Bagé e Hulha Negra, é a de que as compensações possam ser feitas em dias úteis intercalados com feriados e fins de semana mais prolongados, bem como nos dias que não houver produção, inclusive em caráter setorial ou individual.

 O Marfrig também propõe a redução do adicional noturno para 20%, a redução de percentual do pagamento do adicional para trabalho em dias compensados (de 75% para 50%),  cobrança pelo transporte do trabalhador, entre outros itens. 

 Os trabalhadores do Marfrig em Bagé e do Pampeano aprovaram no final de 2020 em assembleia a pauta de reivindicações da categoria. Entre elas o reajuste salarial composto da inflação do período (entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021) mais 3% de aumento real, além da elevação do Piso da Categoria para R$ 1.500,00 (atualmente está em R$ 1.385,10), além da manutenção das demais cláusulas do acordo coletivo em vigor.

 "É inadmissível que o Marfrig apresente uma proposta que prejudique os trabalhadores neste momento de pandemia. Os frigoríficos não param de produzir, a empresa teve lucros históricos em todos os trimestres de 2020, no auge da pandemia. E agora apresenta uma proposta que despreza, que desrespeita o trabalhador, que nunca parou, mesmo correndo risco de contaminação", enfatiza o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral.

 Ainda não há data prevista para uma rodada de negociação entre as partes. 

 

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