sábado, 28 de setembro de 2024

Minerva efetiva compra da Marfrig em negociação bilionária com aval do Cade


 
   A Minerva Foods obteve aprovação definitiva do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concluir a compra de um conjunto de frigoríficos da Marfrig, em uma transação histórica de R$ 7,5 bilhões. Anunciada em agosto do ano passado, essa aquisição é o segundo maior movimento de fusão e aquisição (M&A) da indústria frigorífica brasileira, superado apenas pela compra do Bertin pela JBS em 2009. A decisão unânime do Cade (6 a 0) marca um momento decisivo para o setor e transforma a Minerva em uma potência dominante nas exportações de carne bovina na América do Sul.

   Com a aprovação, a Minerva alcança uma posição de destaque no setor, consolidando-se com 30% de participação de mercado nas exportações de carne bovina da América do Sul. Esse movimento fortalece a competitividade da empresa no cenário global, impulsionando sua presença em mercados estratégicos. 

   A negociação, no entanto, enfrentou obstáculos. A demora na tramitação no Cade gerou preocupações entre investidores, estendendo-se mais do que a Minerva previa. Para garantir a aprovação, a empresa concordou em vender um ativo imobiliário em Pirenópolis (GO), um frigorífico desativado desde 2010, que não possui equipamentos operacionais. A exigência do Cade visou mitigar riscos de concentração no abate de bovinos em Goiás, reduzindo preocupações com monopólios regionais. Assim, a Minerva adequou-se às condições, comprometendo-se a vender a unidade de Pirenópolis, o que removeu o principal entrave regulatório.

   Do lado da Marfrig, a aprovação trouxe algumas restrições. A empresa não poderá adquirir novos frigoríficos nos Estados em que vendeu unidades, mas o Cade flexibilizou parte das exigências, permitindo que a Marfrig amplie a capacidade de seus complexos industriais em Várzea Grande (MT) e Promissão (SP). Com isso, a Marfrig mantém uma presença robusta no setor, ainda que ajustada às limitações impostas pelo acordo com a Minerva. 

   A aquisição, ao mesmo tempo que reforça a posição da Minerva no mercado, abre novas possibilidades de sinergia entre as empresas. O contrato de fornecimento de carne entre elas continuará, possibilitando uma maior eficiência na cadeia produtiva. Os próximos passos da negociação envolvem a transferência formal dos ativos, com prazo estimado de 19 dias para que a Marfrig finalize a entrega dos frigoríficos. A expectativa é que a Minerva assuma os ativos ao longo de outubro, consolidando mais uma etapa no crescimento da companhia liderada pela família Vilela de Queiroz.

Avaliação do STIA/Bagé

   O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região acompanha com atenção as negociações para a compra da unidade da Marfrig em Bagé pela Minerva Foods. Vale destacar que o Pampeano Alimentos, em Hulha Negra, vai continuar sob controle da Marfrig. Após obter mais informações sobre a negociação e como ficará a situação em Bagé o Sindicato irá se manifestar com mais detalhes a respetio dessa negociação. 


terça-feira, 17 de setembro de 2024

Mais uma vez o refeitório do Pampeano Alimentos causa dor de cabeça aos trabalhadores



   Infelizmente vamos voltar a um assunto que já deveria estar resolvido. As más condições do refeitório do Pampeano Alimentos, em Hulha Negra, causam indignação aos trabalhadores. Mesmo com o Sindicato cobrando constantemente ações da Marfrig para resolver o problema, a situação continua.

   Tivemos até uma reunião com o CEO da Marfrig sobre diversos assuntos. Um deles foi o refeitório do Pampeano. A promessa de que as condições do refeitório iriam melhorar não foi cumprida. Até agora nada mudou. 

   Embora o tempero das refeições tenha melhorado um pouco, a carne oferecida ao empregado é um desrespeito. Não é que falte carne – a vermelha é de responsabilidade da Marfrig e as outras variedades são oferecidas pela Premium. Só que o pedaço servido ao trabalhador é ridículo. Há poucos dias a Premium fez um “escondidinho”, onde o que ficou escondida foi a carne.  Era tão pouco que parecia que haviam servido um pirão – e os trabalhadores são seres humanos, não são caturritas.

   Outra cobrança feita pela Diretoria do Sindicato em recente reunião com a Marfrig e a Premium foi sobre a salada. Só são oferecidos repolho e alface. Não há cenoura, beterraba, n ada. Tomate e cebola só aparecem quando há algum evento especial promovido pela Marfrig.

   Aliás, nesse mesmo sentido, há uma coisa curiosa no refeitório: a comida só melhora quando o cozinheiro chefe da Premium visita a indústria. Por coincidência, é realizada uma pesquisa sobre a qualidade da comida nesse dia e a comida realmente é ótima. Mas, quando ele vira as costas, volta tudo à estaca zero.  Os trabalhadores gostariam que, se for assim, que a pesquisa seja feita todos os dias. 

   Uma das reclamações também é sobre a higiene. Há companheiros que trabalham há mais de 20 anos na indústria e garantem que nunca o refeitório esteve tão ruim. Dentro da indústria a higiene é impecável, mas por que no refeitório é diferente? Quando era a Marfrig que fornecia a comida, embora houvesse problemas, muitas vezes a situação era resolvida. Agora não.

   Em reunião recente com representantes da Premium e da Marfrig, nossos diretores ouviram da Premium de que “tudo o que está sendo servido é previsto no contrato”. Mas, por favor... então que mudem esse contrato! O Sindicato recebe cobranças do trabalhador. Não é de hoje que cobramos a Marfrig e a Premium. Parece que o trabalhador precisa mendigar um pedaço de carne dentro de uma das maiores indústrias de proteína animal do mundo. Isso beira o ridículo. Os trabalhadores perguntam: será que a Marfrig terceirizou o refeitório para melhorar ou para economizar?

   Queremos uma solução. Não importa se a decisão precise vir de Hulha Negra, de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar. Já é hora de o trabalhador ser tratado com mais dignidade e respeito.

   E vamos seguir cobrando e denunciando essas más condições enquanto não houver melhorias.