domingo, 12 de novembro de 2017

"Muitas batalhas ainda vão vir, mas com união e garra vamos vencer" diz Cabral na posse da nova diretora do STIA/Bagé






      Na noite do último dia 10 de novembro o salão da sede social do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA/Bagé) ficou lotado para a posse da nova diretoria para o período 2017/2021. O ato foi conduzido pelo coordenador da Sala de Apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e Afins – Sul (CNTA-Sul), Darci Pires da Rocha. Na ocasião, o atual presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral, foi reconduzido para um novo mandato na presidência. 
      Entre as lideranças sindicais presentes estiveram o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Camaquã, Luiz Carlos Cardoso, o vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Bagé (e que representou a regional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil na cerimônia), Júlio César Böer Filho, além do presidente da Comissão Eleitoral do STIA/Bagé (que integra a direção do Sindicato dos Bancários de Bagé), Antônio Carlos Gil. 
Manifestações 
Autoridades que compuseram a mesa dos trabalhos realizaram suas manifestações. Júlio Böer parabenizou os novos diretores pela coragem em assumir em um momento conturbado para o movimento sindical, com a entrada em vigor da reforma trabalhista e sob o risco da aprovação de uma reforma previdenciária. “Vamos lutar para virar esse jogo e, se Deus quiser, vamos correr esse presidente (Michel Temer) de lá”, afirmou.
      O presidente do STI de Camaquã abordou a mesma situação, destacando a coragem da nova diretoria em “dar a cara à tapa” na luta pela manutenção de direitos. “Esse mandato não será fácil pois querem tirar os direitos dos trabalhadores e precisamos estar mobilizados”, reiterou Luiz Carlos Cardoso.
      Contador do STIA/Bagé, Luis Carlos Quadros destacou a parte administrativa das mudanças implantadas pelo governo com a reforma trabalhista. “Os modelos mudaram e a contabilidade também deve mudar. Desejo boa sorte aos companheiros porque, apesar da modificações temos a certeza da luta do Sindicato em defesa dos direitos da categoria”, ponderou.
      O presidente da Comissão Eleitoral destacou a tranquilidade do processo para a eleição da diretoria. “Cumprimos todos os requisitos estabelecidos no estatuto”, disse. No entanto, na posição de sindicalista, não fugiu à tônica das demais manifestações. “Para nós é fundamental acompanharmos o desenrolar dos acontecimentos e demonstrarmos nossa preocupação com o futuro das reformas”, afirmou.. Integrante do departamento jurídico do STIA/Bagé, Luiz Fernando Meira ressaltou o trabalho realizado há 25 anos no Sindicato. Em breve manifestação enfatizou a importância do trabalho da diretoria, superando obstáculos e buscando a garantia dos direitos da categoria.
Conscientização
      Darci Rocha parabenizou os novos diretores sindicais, ressaltando que do ponto de vista administrativo, com a entrada em vigor da reforma trabalhista haverá muito trabalho ao setor contábil e jurídico. O coordenador da Sala de Apoio da CNTA-Sul ressaltou as mobilizações em todo o país realizadas com intuito de manter as conquistas históricas da classe trabalhadora. 
      Rocha citou como exemplo a possibilidade do trabalho intermitente (onde o trabalhador pode ser contratado para um jornada de trabalho de acordo com a necessidade da empresa sem uma jornada diária corrida) e o cerceamento aos trabalhadores de buscarem seus direitos na Justiça do Trabalho. “Se não houver êxito, o trabalhador terá que arcar com todas as custas judiciais, inclusive pagando o advogado do patrão. É um absurdo”, manifestou. A possibilidade de negociação direta entre o trabalhador e a empresa, sem participação dos sindicatos, e a não restrição da trabalhadora gestante em atuar em ambientes insalubres foram assinalados como exemplos negativos da reforma trabalhista.
      Entretanto, o coordenador da Sala de Apoio da CNTA-Sul ressaltou a resistência de sindicatos, de alguns magistrados de primeira instância e de advogados trabalhistas contra a reforma do governo Temer. “Esse grupo considera a reforma inaplicável. É preciso resistir, denunciar. Estamos colhendo assinaturas para revogar essa reforma em projeto de iniciativa popular, que será apresentada no Senado Federal pelo senador Paulo Paim (PT-RS)”, explica Rocha.
      Outro item importante é quanto às eleições para 2018. Rocha sustenta a necessidade de divulgação entre os trabalhadores dos deputados e senadores que votaram contra os direitos da classe trabalhadora. E para isso é necessário eleger representantes dos direitos dos trabalhadores – e não do empresariado. “É necessário verificar as fontes de notícias, verificar quem representa os trabalhadores. Votar em representantes de empresários é como colocar a raposa a cuidar do galinheiro”, pondera. 
Conclamação e emoção
Presidente reeleito do STIA/Bagé, Cabral agradeceu ao apoio dos associados, diretores, funcionários e colegas de outros sindicatos. O líder sindical parabenizou oito novos colegas que tem a missão de representar a categoria nas lutas pela valorização dos direitos dos trabalhadores. Salientou a importância do trabalho da diretoria que concluiu o mandato e fez um agradecimento especial aos ex-diretores Eduardo Netto Costa e Nilson Barres Costa (Tocha). “Vocês sempre serão lembrados pelos companheiros, vocês fizeram história no trabalho no Sindicato e vão fazer falta”, assinalou Cabral.
      O presidente reeleito destacou o zelo pelo patrimônio do Sindicato. E anunciou que a primeira etapa da construção da nova subsede em Hulha Negra deve ser entregue aos trabalhadores no primeiro semestre de 2018. “Teremos um patrimônio estruturado para receber os trabalhadores”, revelou. 
A manifestação teve momentos de emoção. Ao recordar do apoio da família e de companheiros que se esforçaram para fortalecer o sindicato, Cabral foi às lágrimas. “Sabemos da importância da luta e da coragem destes diretores que estão ingressando no movimento sindical, que muitas vezes serão massacrados por aqueles que dominam pela força do dinheiro e que ignoram a vontade dos trabalhadores”, registrou.
Cabral também abordou a importância dos sindicatos, que o governo Temer quer enfraquecer com a reforma trabalhista. “O Sindicato está aqui para defender o trabalhador”, lembra. O presidente também fez um alerta “Recebemos muitas críticas. Só que é o Sindicato que vai defender os direitos de quem nos critíca nas mesas de negociação, somos nós que alertamos quando esses companheiros fazem o jogo do patrão e muitas vezes criticam seus próprios colegas de trabalho”, desabafou. 
União
      O presidente reconduzido agradeceu a presença das lideranças sindicais presente e destacou a importância da união dos sindicatos de trabalhadores de Bagé para combater as reformas propostas pelo Governo Federal. Cabral ressalta a mudança em 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a reforma trabalhista e citou como exemplo de um problema para afetar os trabalhadores a terceirização dos serviços. “Quando fazemos uma reforma em casa é para melhorar, para dar conforto, segurança. Essa reforma proposta por Temer e sua cúpula só vai piorar a vida do trabalhadores. E tem gente se dizendo defensor dos trabalhadores que vota pra manter o Temer no poder”, ressalta.
       Cabral falou sobre os cuidados que os trabalhadores devem ter em questões como a prevalência do acordado sobre o legislado. “Tudo o que o patrão quer agora é jogar o trabalhador conta o Sindicato para enfraquecê-lo. Tanto que querem impedir que o trabalhador contribua para o Sindicato. E aí como vamos proporcionar os atendimentos médicos, odontológicos, os convênios que beneficiam o trabalhador e sua família? , indaga o líder sindical. “Muitas batalhas vão vir, mas com a ajuda de Deus vamos vencer. Convoco os companheiros para que a cada dia vistam a camiseta do Sindicato porque somos os porta-vozes dos trabalhadores”, finalizou Cabral. 

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