sexta-feira, 24 de abril de 2020

STIA reconhece medidas no Marfrig/Bagé, mas reforça pedido de vacinação dos trabalhadores



      O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região informou à juíza do Trabalho Marcele Antoniazzi que o Marfrig reformulou métodos e técnicas no que se refere à proteção ambiental contra a contaminação dos trabalhadores pela Covid-19 (novo coronavírus). O ofício foi encaminhado pelo procurador jurídico do Sindicato, Álvaro Meira. Entretanto, o Sindicato alerta que se tratam de medidas que estão em um estágio inicial, sendo prudente a solicitação da Procuradoria do Ministério Público do Trabalho de verificação de condições não inspecionadas pela Vigilância Sanitária.  
      Há poucos dias o Sindicato divulgou nota informando que o Pampeano Alimentos, em Hulha Negra, encaminhou relatório das condições de trabalho e as medidas tomadas para evitar a disseminação de contágio naquela planta frigorífica. Vale lembrar que o Sindicato entrou com uma ação na Justiça do Trabalho exigindo que o Marfrig tomasse medidas para a proteção da saúde e segurança dos trabalhadores - o que resultou em uma audiência conciliatória via teleconferência, realizada no final de março. 
      A Vigilância Ambiental em Bagé realizou inspeção na planta do Marfrig. O relatório aponta que foram tomadas medidas de acordo com o que estabelecem os decretos municipal e estadual em relação aos cuidados e distanciamento, mas alertou que o Marfrig até o momento não tinha realizado a vacinação dos empregados, conforme determina o art. 6, II, do Decreto Municipal no 054/2020.
      "Assim, atendendo ao prazo conferido para manifestação, entendemos que as questões de segurança, saúde e medicina do trabalho deverão manter o caráter de prioritárias e, por essa razão, enquanto houver risco de contaminação dos trabalhadores e efeitos reflexos em seus familiares e pessoas do convívio social, que as medidas estabelecidas sejam preservadas", destaca o ofício do Sindicato encaminhado à Vara do Trabalho em Bagé. .
      "Entendemos que o Marfrig em Bagé, assim como o Pampeano, em Hulha Negra, realizaram adequações conforme o pedido que o Sindicato e o Ministério Público do Trabalho haviam encaminhado à Justiça do Trabalho, mas pedimos que a empresa realize a vacinação contra Influenza (H1N1) o mais rápido possível”, reforça o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral. A preocupação é maior devido às informações vindas de Passo Fundo, onde um surto da Covid-19, segundo informações divulgadas pelo próprio governador do Estado, Eduardo Leite, surgiram dentro de um frigorífico na cidade.
      “Precisamos garantir maior segurança aos trabalhadores nesse período de pandemia e risco de contaminação. Sabemos que a vacina não imuniza contra o coronavírus, mas reforça a imunidade, o que já consideramos um fator para preservar a saúde do trabalhador", destaca Cabral. A informação do Marfrig ao Sindicato é que nos primeiros dias de maio a empresa estará vacinando os trabalhadores. Isso porque o Marfrig já comprou as vacinas, mas teria ocorrido um problema burocrático para a entrada do produto no Estado.

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