sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Custo de vida aumenta três vezes mais para famílias pobres do que para ricas, enquanto fortuna dos milionários aumenta na pandemia



 

De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) o custo de vida para as pessoas mais pobres subiu três vezes mais do que para as pessoas mais ricas. O preço médio de produtos e serviços, conforme o levantamento, subiu para todas as classes, mas os mais pobre pagaram a maior conta. 

 

O índice do IPEA para os mais ricos ficou em 0,29%. Já para os mais pobres chegou a 0,98%. Na pesquisa, são consideradas mais pobres as famílias que vivem com renda mensal abaixo de R$ 1.650,00. Já as de famílias com rendas mais altas são aquelas com renda mensal acima de R$ 16.500,00 - ou seja, dez vezes mais. A diferença é maior quando se considera os índices acumulados. Desde janeiro de 2020, na faixa de renda mais baixa, a inflação foi de 2,5%. Já para as classes mais altas, o aumento de preços foi mínimo: 0,2%. O cálculo do IPEA leva em conta o poder de compra dos trabalhadores, tanto da classe mais pobre (a maioria desempregados, autônomos ou sem renda fixa) quanto a dos mais ricos.

 

A explicação para essa diferença está no item essencial: o preço dos alimentos. Aumentos como o do arroz, do óleo e do leite e de outros produtos correspondem a 75% da inflação para os mais pobres. O impacto gerado sobre os mais pobres é maior porque os mais ricos conseguiram descontos nas mensalidades escolares e nos serviços, como planos de saúde. Os mais pobres sofrem direto com a fome dentro das casas. 

 

Diferença astronômica

 

Enquanto milhões de brasileiros ficavam horas na fila da Caixa Econômica Federal para tentar receber o auxílio emergencial pago a quem perdeu renda na pandemia do novo coronavírus e, assim, aplacar suas necessidades básicas, os super bilionários do país ficaram 38% mais ricos em relação ao ano passado, ou US$ 49 bilhões – o equivalente a R$ 269,5 bilhões.


O dado consta do relatório anual feito pelo banco suíço UBS e pela consultoria PwC, divulgado nesta quarta-feira (7). Para receber o título de bilionário e entrar no levantamento, a pessoa precisa ter patrimônio de ao menos US$ 1 bilhão – ou cerca de R$ 5,5 bilhões. A pesquisa mostra que, no mundo todo, eles são 2.189 pessoas, o maior número já apurado pelo levantamento.

Segundo o estudo, os bilionários brasileiros tinham, reunidos, US$ 176,1 bilhões em patrimônio em julho deste ano – cerca de R$ 968,5 bilhões. Em 2019, a riqueza de todos eles somada estava em US$ 127,1 bilhões – ou R$ 699 bilhões.

 

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