De acordo com dados do Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (IPEA) o custo de vida para as pessoas mais pobres subiu
três vezes mais do que para as pessoas mais ricas. O preço médio de produtos e
serviços, conforme o levantamento, subiu para todas as classes, mas os mais
pobre pagaram a maior conta.
O índice do IPEA para os mais ricos ficou em 0,29%.
Já para os mais pobres chegou a 0,98%. Na pesquisa, são consideradas mais
pobres as famílias que vivem com renda mensal abaixo de R$ 1.650,00. Já as de
famílias com rendas mais altas são aquelas com renda mensal acima de R$
16.500,00 - ou seja, dez vezes mais. A diferença é maior quando se considera os
índices acumulados. Desde janeiro de 2020, na faixa de renda mais baixa, a
inflação foi de 2,5%. Já para as classes mais altas, o aumento de preços foi
mínimo: 0,2%. O cálculo do IPEA leva em conta o poder de compra dos trabalhadores,
tanto da classe mais pobre (a maioria desempregados, autônomos ou sem renda
fixa) quanto a dos mais ricos.
A explicação para essa diferença está no item
essencial: o preço dos alimentos. Aumentos como o do arroz, do óleo e do leite
e de outros produtos correspondem a 75% da inflação para os mais pobres. O
impacto gerado sobre os mais pobres é maior porque os mais ricos conseguiram
descontos nas mensalidades escolares e nos serviços, como planos de saúde. Os
mais pobres sofrem direto com a fome dentro das casas.
Diferença astronômica
Enquanto milhões de brasileiros ficavam horas na
fila da Caixa Econômica Federal para tentar receber o auxílio emergencial pago
a quem perdeu renda na pandemia do novo coronavírus e, assim, aplacar suas
necessidades básicas, os super bilionários do país ficaram 38% mais ricos em
relação ao ano passado, ou US$ 49 bilhões – o equivalente a R$ 269,5 bilhões.
O dado consta do relatório anual feito pelo banco suíço UBS e pela consultoria
PwC, divulgado nesta quarta-feira (7). Para receber o título de bilionário e
entrar no levantamento, a pessoa precisa ter patrimônio de ao menos US$ 1
bilhão – ou cerca de R$ 5,5 bilhões. A pesquisa mostra que, no mundo todo, eles
são 2.189 pessoas, o maior número já apurado pelo levantamento.
Segundo o estudo, os bilionários brasileiros tinham, reunidos, US$ 176,1
bilhões em patrimônio em julho deste ano – cerca de R$ 968,5 bilhões. Em 2019,
a riqueza de todos eles somada estava em US$ 127,1 bilhões – ou R$ 699 bilhões.
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