Depois da primeira reunião de negociação entre os sindicatos de trabalhadores nas indústrias de alimentação de Bagé e São Gabriel com a Marfrig/Group no dia 1º de março, a empresa não deu mais retorno sobre o assunto. A data-base da categoria é 1º de fevereiro. Isso significa que os trabalhadores estão há 14 meses sem receber reajuste salarial.
A diretoria do STIA/Bagé demonstra apreensão com a demora, já que as negociações estão emperradas. Na primeira reunião, a empresa apresentou uma proposta, analisada e rejeitada pelos sindicatos. As entidades apresentaram uma contraproposta, que ficou de ser avaliada pela Marfrig, mas até o momento não tivemos nenhum retorno.
“É um desrespeito aos trabalhadores, que são aqueles que produzem e enriquecem as empresas. A cada ano a Marfrig apresenta uma desculpa na mesa de negociação. Este ano foi o caso da vaca louca no Pará. Que, inclusive, já está resolvido e resultou na volta das exportações para a China”, ressalta o presidente do sindicato em Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge.
Não podemos esquecer de que a inflação no período entre fevereiro de 2022 a janeiro de 2023 foi de 5,71%. E a empresa ofereceu apenas 4% de reposição salarial.
Os números apontam que a atuação da Marfrig na América do Sul (que envolve Brasil, Argentina, Uruguai e Chile) gerara um lucro bruto de quase R$ 1 bilhão nos três últimos meses de 2022.
Na primeira reunião de negociação, mesmo com números positivos, a Marfrig ainda propôs retirar do Acordo Coletivo conquistas históricas. Entre elas a redução do adicional noturno, reduzir o valor pago pela hora-extra, a cobrança de transporte, alterar o pagamento da troca de uniforme para beneficiar a empresa, entre outros.
“A empresa está demorando a nos dar uma resposta, mas o Sindicato segue na luta. A alegação do negociador é que a direção da empresa não lhe deu retorno. Eles têm tempo para tudo, mas na hora de discutir o salário do trabalhador aí o tempo some”, afirma Cabral.
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