quinta-feira, 2 de março de 2023

Primeira reunião de negociação entre sindicatos de Trabalhadores na Alimentação de Bagé e São Gabriel com Marfrig termina sem acordo




Realizado nesta quarta-feira (1º de março), o primeiro encontro entre os sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e São Gabriel com representantes da Marfrig Group terminou sem acordo. A reunião ocorreu na sede do Sindicato de São Gabriel. A data-base da categoria é 1º de fevereiro. 

As negociações não avançaram. A Marfrig levou uma proposta de um reajuste de 4% (abaixo da inflação do período de fevereiro 2022 a janeiro 2023 medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC - que foi de 5,71%). A empresa propôs um Piso Salarial no valor de R$ 1.681,28. 

Além disso, a empresa propôs alterações em diversas cláusulas do Acordo. Entre elas  a retirada ou diminuição de conquistas históricas obtidas pelos trabalhadores em acordos anteriores. Entre elas estão a redução do percentual pago como adicional noturno, a cobrança de 3% sobre o salário do trabalhador como transporte até as fábricas, aumento do desconto alimentação (para os trabalhadores que fazem suas refeições nas plantas frigoríficas), a troca do tempo pago para troca de uniforme por banco de horas, entre outras propostas.

Os sindicatos e a Federação Intermunicipal de Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Alimentação do Rio Grande do Sul (FIEICA-RS) apresentaram uma contraproposta à Marfrig, mantendo os índices de reajuste (reposição da inflação do INPC e 3% de aumento real), entre outras melhorias. Não há data marcada para uma nova rodada de negociações. Os representantes da Marfrig, contudo, se comprometeram a levar a proposta apresentada pelos sindicatos à direção da empresa e posteriormente dar um retorno para a retomada da negociação, mas sem definir um prazo. 

Apesar da choradeira da empresa na hora de propor um reajuste digno para o trabalhador, dizendo que a situação está difícil, a realidade mostra o contrário. O último trimestre de 2022 foi positivo para a Marfrig. As operações do frigorífico na América do Sul, que engloba Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, tiveram aumento no lucro líquido de 67,9% em relação ao mesmo período de 2021. 

"Consideramos a proposta da empresa um absurdo. Nem sequer a inflação pelo INPC foi apresentada. O trabalhador aguarda há 13 meses por um reajuste, não deixa nunca de produzir e o resultado está nos lucros da empresa. Essas conquistas foram obtidas com muito sacrifício ao longo dos anos e o Sindicato não irá abrir mão", enfatiza o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral. 

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