terça-feira, 3 de março de 2015

Trabalhadores de padarias, engenhos, laticínios e pequenos frigoríficos aguardam desfecho sobre negociação coletiva há sete meses


Intransigência de sindicato patronal sobre questões referentes a direitos da categoria não permitem acordo
Após vários encontros os dirigentes sindicais não chegaram a acordo e trabalhadores aguardam audiência de dissídio em Porto Alegre

      As negociações para o acordo coletivo referente aos trabalhadores dos setores de padarias, engenhos, laticínios e pequenos frigoríficos estão paralisadas. A data-base da categoria é 1º de junho. Entretanto, após várias reuniões de negociação, as tentativas de acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA) e o Sindicato Patronal não avançaram. Com isso, o STIA/Bagé ajuizou pedido de Dissídio Coletivo junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região em Porto Alegre, algo que não acontecia desde 1989. Só que até agora o TRT não marcou a audiência de conciliação, situação que deixa os trabalhadores apreensivos.       
      O presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral, classifica a situação como preocupante. O grande problema está na decisão do sindicato patronal de não abrir mão de três itens que são considerados como conquistas históricas da categoria. As empresas querem a desvinculação do piso normativo ao piso mínimo regional de salários, a instituição de banco de horas e a flexibilização e/ou compensação do trabalho em domingos e feriados para outros dias da semana. Essas questões foram discutidas e rejeitadas pelos trabalhadores. 
      “Essa intransigência do sindicato patronal é prejudicial a todos os trabalhadores. Não se pode privilegiar um interesse muito mais particular do que coletivo nessas situações, onde centenas de trabalhadores estão à espera de uma notícia sobre as cláusulas do dissídio e a reposição salarial", salienta Cabral. 
      O líder sindical reforça que houve categorias profissionais no Rio Grande do Sul que tiveram índice de aumento real em 2014 entre 4% a 5%, mas em Bagé é uma dificuldade. como se fosse o salário do trabalhador que colocasse o futuro das empresas em risco. "Os empresários esquecem que o trabalhador faz o dinheiro circular na economia, gastando o dinheiro que recebem nas próprias empresas do setor de alimentação. O trabalhador não tem poder de barganha junto a bancos e outros prestadores de serviços”, enfatiza o presidente.

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