segunda-feira, 17 de maio de 2021

Sindicato rejeita nova proposta da Marfrig e negociação de Acordo Coletivo segue complicada


 

 

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região (STIA) Bagé recebeu uma nova proposta da Marfrig Global Foods para o Acordo Coletivo de Trabalho entre as partes, na última sexta-feira (14). As negociações, no entanto, não tiveram avanços. A empresa oferece o reajuste da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período entre fevereiro de 2020 a janeiro de 2021 (5,53%) e uma cesta de alimentos no valor aproximado de R$ 334,00. No entanto, a Marfrig segue intransigente em mudar sua postura em relação a conquistas históricas dos trabalhadores que constam em acordos coletivos anteriores.

A proposta da Marfrig apresenta as seguintes condições:   diminuição do valor pago pelas horas-extras - hoje, 100% durante a semana e 75% aos sábados e domingos. A empresa quer uma redução para 50%. Outra proposta é a de compensar os minutos de preparo em qualquer dia da semana, setorial e individual. 

 A empresa deseja o fim da obrigação de aceitar atestados médicos do Sindicato e propõe que o retroativo (a data-base da categoria é 1º de fevereiro) seja pago em forma de abono. A proposta é válida para as unidades de Bagé e Hulha Negra. 

O presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral, rechaça fechar o Acordo Coletivo com a Marfrig nas condições propostas. "Sempre falamos nos lucros milionários da empresa e o trabalhador já se deu conta a respeito disso. Agora, habilitaram a exportação da planta de Alegrete para os Estados Unidos, assim como já tinha ocorrido em Bagé. Isso significa que o trabalhador está fazendo sua parte, produzindo com toda a disposição. E agora, que esse trabalhador precisa - e merece - ser valorizado, a empresa quer propor condições que prejudicam seus empregados, que tem reajuste uma única vez por ano", desabafa Cabral.

Não há previsão para uma nova rodada de negociações. "O Sindicato se dispõe a discutir cláusulas, mas não aquelas conquistadas com a luta de toda a categoria nas mesas de negociação ao longo de vários anos, como são os minutos de preparo", exemplifica Cabral. “Os trabalhadores estão há 15 meses sem reajuste nos seus salário, isso é uma vergonha”, complementa o líder sindical.

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