sábado, 2 de setembro de 2023

Presidente do STIA/Bagé analisa venda da planta frigorífica da Marfrig/Bagé para a Minerva Foods





O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região recebeu com surpresa a notícia da venda da unidade da Marfrig em Bagé. Além da planta frigorífica na Rainha da Fronteira, a empresa também negociou com a Minerva Foods as unidades de Alegrete e São Gabriel. 

O presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge, destaca que até o momento a entidade não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a venda da Marfrig/Bagé, nem pela empresa nem pela Minerva Foods. 

"Estamos aguardando. Um comunicado do CEO da Marfrig é de que essa transação vai levar de oito a 12 meses para ser concluído o negócio. Estamos na expectativa", enfatiza Cabral.

O líder sindical diz esperar que a Minerva dê continuidade à planta frigorífica de Bagé , mantendo os empregos e as cláusulas do acordo coletivo. 

"O Sindicato sempre esteve com as portas abertas para dialogar, dentro da realidade do momento e, acima de tudo, respeitando o direito dos trabalhadores e o acordo coletivo que está em vigor", reforça o presidente do STIA/Bagé. 

As assembleias para discussão da pauta de negociação do acordo coletivo de trabalho para o período 2024/2025, previstas para o final de novembro, estão mantidas. "O procedimento continua, até porque oficialmente não temos nada. Acreditamos que o Sindicato será comunicado, mas continuamos com nossas reuniões e assembleias buscando melhorias para os trabalhadores", complementa Cabral.

Na negociação, que resulta na aquisição de 16 unidades da Marfrig pela Minerva, num valor de R$ 7,5 bilhões, apenas a unidade de Bagé foi negociada. O Pampeano Alimentos, em Hulha Negra, continuará com a Marfrig. O frigorífico em Bagé tem cerca de 600 trabalhadores, enquanto o Pampeano conta com um quadro de 1.400 funcionários. 

Cabral, no entanto, demonstra preocupação em relação a créditos trabalhistas que os funcionários tenham a receber. Existem ações em andamento que tramitam desde o tempo do Frigorífico Mercosul (vendido posteriormente à Marfrig). Isso porque quando a Marfrig comprou, apesar de assumir nas carteiras de trabalho que garantia a vigência dos contratos de trabalho,  na hora de pagar as dívidas trabalhistas, o Sindicato precisa ir atrás do frigorífico Mercosul  pelo período em que foi o empregador.

"Uma coisa que nos preocupa é que, cada empresa que adquire a planta, não  quer assumir o crédito dos trabalhadores. Esperamos que a própria Justiça do Trabalho tenha um pouco mais de cuidado nesse sentido, garantindo que o crédito desses trabalhadores seja assumido pela nova proprietária. Já tivemos experiência no caso do Mercosul, que quando a Marfrig comprou não quis assumir esses créditos", ressalta o presidente. 

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