| Fotos: Alana Portela - Corte da Rainha |
Em uma cerimônia realizada na noite deste sábado (8), a sede social do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região ficou lotada para a cerimônia de posse da nova Diretoria da entidade. O novo mandato será para o período 2025/2029. Lideranças sindicais do setor da Alimentação e de outras categorias participaram do ato. Os 30 novos diretores receberam seus certificados da Comissão Eleitoral e assumem suas funções com o desafio de defender os direitos dos trabalhadores.
O primeiro ato foi uma homenagem a Miguel Luiz dos Santos, o Camarão, dirigente histórico do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Passo Fundo, que faleceu na tarde de sábado. Os presentes à cerimônia realizaram um minuto de silêncio.
Um momento emocionante na solenidade foi a manifestação de um dos associados mais antigos do STIA/Bagé. Álvaro Bittencourt, o “Chaguta”. Aos 85 anos e ainda associado do Sindicato, Chaguta falou sobre as dificuldades que ocorriam no tempo do regime militar para a realização de reuniões e assembleias. “Nós éramos perseguidos. Precisávamos nos encontrar próximo a uma plantação de eucaliptos, escondidos. Nós éramos taxados de comunistas, mas na verdade eram apenas pessoas que estavam ali para defender os trabalhadores”, contou.
Luta em defesa dos direitos dos trabalhadores
Lideranças de outros sindicatos se manifestaram durante a posse da nova Diretoria. O presidente do Sindicato dos Municipários de Bagé, Clodoaldo Fagundes, desejou sucesso aos novos dirigentes sindicais em suas lutas para que o STIA siga um modelo de sindicato combativo, com um histórico dentro da região.
A presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Mara Denise Aveiro, avaliou que hoje em dia não é fácil ser sindicalista, mas que com luta e determinação é possível enfrentar os desafios de defender a classe trabalhadora.
O presidente da Igreja Assembleia de Deus em Hulha Negra, pastor Saulo Gularte, valorizou a importância da luta e do preço que se paga por exercer uma missão como a de defender os trabalhadores e parabenizou os novos diretores. Gularte realizou uma prece pedindo a Deus sabedoria e saúde para o comando das ações da próxima gestão.
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Milton Brasil, reforçou a importância dos serviços prestados pela entidade a seus associados. O líder sindical lembra que temas como aposentadoria, afastamento do trabalho por motivo de doença e condições previstas em convenções coletivas estão entre as missões do Sindicato, ainda mais porque as reformas trabalhista e previdenciária tiraram direitos dos trabalhadores. Brasil classificou essa condição dos governos de tentar enfraquecer os sindicatos como “uma grande falta de respeito”.
União dos trabalhadores da Alimentação é fundamental para vencer dificuldades
O coordenador do Departamento Jurídico do STIA?Bagé, Álvaro Meira, demonstrou muita alegria ao se manifestar, lembrando de seu início como advogado primeiro no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e, posteriormente, no Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação, onde já atua há 40 anos. Meira citou a importância do Sindicato em buscar no Judiciário os direitos dos trabalhadores e destacou a mobilização, junto à Ordem dos Advogados do Brasil em Bagé, para que a OAB tenha participação significativa na manutenção desses direitos. `É muito necessária essa união de esforços para que os trabalhadores não sejam prejudicados”, reiterou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Camaquã, Marcos Vinicius Colombi, enalteceu a condução das ações realizadas pelo colegas de Bagé e região, o que classificou como uma trajetória de renome no Rio Grande do Sul. Colombi relembrou os momentos difíceis vividos pelo movimento sindical no estado e destacou que a união e a força de atuação do STIA/Bagé manteve a entidade em pé, mesmo daquilo que considera como “tempos sombrios”, principalmente nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. O presidente ainda reforçou a necessidade de encontros constantes entre os membros da Diretoria para traçar estratégias de atuação e discutir os problemas levados pelos empregados dentro das fábricas.
O presidente da Federação Intermunicipal Dos Empregados Nas Indústrias e Cooperativas de Alimentação do Estado do Rio Grande do Sul (FIEICA-RS), Pedro Malmann, destacou que apesar das dificuldades de manter um sindicato, essa missão não é impossível. O dirigente sindical lembrou das dificuldades enfrentadas nos períodos da reforma previdenciária e trabalhista, onde o Governo Federal à época tentou acabar com os sindicatos, mas além disso tratou de enfraquecer a importância da atividade sindical junto ao trabalhador.
“Nossa tarefa é lutar não apenas por melhorias salariais, mas pelos direitos como saúde e as condições adequadras no ambiente de trabalho. Enfrentamos um período em que diziam que o trabalhador não precisava do Sindicato, mas o tempo passou e se viu o quanto é necessário ter pessoas que batalham por quem atua no chão das fábricas todos os dias, com suor e dedicação”, ressaltou Malmann.
O secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), Marcos Rosse, enfatizou a luta, dedicação e comprometimento do Sindicato de Bagé na defesa pelos direitos do trabalhador. “É um trabalho que é referência no Rio Grande do Sul, tanto que o acordo realizado no Minerva (Foods) em Bagé virou referência e o quinquênio que vocês fecharam aqui também ‘respingou’ em Alegrete. São conquistas e avanços que fazem a diferença”, afirmou.
Os desafios do novo mandato
O presidente reeleito do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge, enfatizou a alegria e o prazer de presidir a entidade mais uma vez. Cabral reforçou a união da experiência de aposentados que integram a Diretoria com a chegada de novos integrantes. “Essa união de experiência e juventude é fundamental para prepararmos novas lideranças e trazer dinâmica e sabedoria para atender aos interesses da nossa categoria”, manifestou Cabral.
O líder sindical reafirmou a importância da presença dos diretores nas ações do Sindicato, a importância da participação nas reuniões para ampliar o conhecimento sobre a rotina da entidade e o papel de cada integrante para levar informações aos trabalhadores dentro da fábrica. “Precisamos estabelecer esse vínculo, essa união com o trabalhador e a trabalhadora. Em 2026 iremos passar por um novo processo eleitoral e é importante também destacar quem defende os direitos dos trabalhadores e quem decide a favor dos patrões”, afirmou Cabral.


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