Os 136 trabalhadores da Comercial de Alimentos Piratini receberam uma decisão positiva do juiz do Trabalho Jarbas Marcelo Reinicke, na última quinta-feira. O magistrado julgou procedente a penhora de bens do réu Odoaldo Fernandes Aldado - que contratou os funcionários na década de 1990 e não pagou os direitos dos trabalhadores na rescisão contratual. Agora, há um prazo de oito dias úteis para o acusado recorrer da decisão para que seja dado andamento ao processo.
O advogado dos trabalhadores, Álvaro Meira, explica que o principal empecilho do processo é referente à cobrança de bens do proprietário da Comercial de Alimentos Piratini. "No momento da execução do processo, descobrimos que a Comercial não tem bens a serem cobrados, então, os valores serão cobrados do grupo Piratini", disse. O processo foi ajuizado no dia 31 de agosto de 1993, através do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Bagé (Stia).
No entanto, a execução só teve início em outubro de 1996, após o descumprimento de um acordo homologado no mesmo ano. Meira explica que, atualmente, os valores podem girar em até R$ 8,5 milhões, mas o advogado entende que os bens apurados para a penhora não passam de R$ 500 mil. Por isso, o advogado não descarta a tentativa de um acordo entre as partes. "Pretendo fazer contatos com o advogado do Aldado para tentar uma proposta de acordo na ordem de 15 ou 20% do valor total", disse.
Meira tranquiliza os beneficiários da ação. "O processo principal está resolvido, são devidas aos trabalhadores as rescisões. Mas o processos têm as fases recursais; vencemos mais uma etapa, mas é preciso ter paciência", afirma. Na última audiência de conciliação, realizada no dia 30 de agosto, o acusado Aldado negou qualquer possibilidade de acordo. Na data, parte dos trabalhadores e familiares realizaram uma passeata e vigília em frente à Justiça do Trabalho em Bagé.
Um dos interessados na resolução do processo, o ex-funcionário Orlando Madeira, lembra que, junto com outros dois companheiros, foi em busca de Justiça. "São quase 20 anos e um percurso marcado por muitas dificuldades. Nos desanimamos bastante, não éramos os únicos que estavam cobrando o Aldado. Mas nada estava em nome dele, nossa sorte é que o sindicato foi incansável", conta. Madeira convida todos os antigos funcionários para participar de um encontro hoje, a partir das 15h, no centro comunitário do bairro São Domingos.
O antigo funcionário conta que sempre acreditou na Justiça. "Todos os juízes que julgaram nosso caso colaboraram de alguma maneira. Estamos felizes por chegarmos a essa conclusão, mas ao mesmo tempo triste por conta dos companheiros que não sobreviveram para ver a resolução disso", explica. Conforme Meira, caso o réu não ingresse com recurso, em até oito dias será possível estimar um prazo para o fim do impasse.
Fonte: Jornal Minuano - edição de 10 e 11 de setembro de 2011
sábado, 10 de setembro de 2011
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