quinta-feira, 7 de agosto de 2014

STIA/Bagé e Marfrig chegam a acordo para reajuste salarial de 8%

Data-base da categoria tem alteração e Sindicato obtém avanços em itens ligados à saúde do trabalhador
Após quatro encontros realizados, empresa e trabalhadores chegam a uma definição sobre reajuste deste ano

      O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e o Marfrig Group acertaram o acordo coletivo de trabalho 2014/2015, válido para as plantas do Marfrig/Bagé e do Pampeano Alimentos, de Hulha Negra. O reajuste salarial ficou em 8%. O piso normativo do Marfrig/Bagé fica estabelecido em R$ 950,00, enquanto do Pampeano Alimentos é R$ 910,00 mais uma sacola de alimentos. Também no Marfrig/Bagé os salários profissionais (faqueiros, magarefes e desossadores) serão de R$ 1.000,00 e o vale Visa passa a ter o valor de R$ 150,00. A data-base da categoria passa a ter nova vigência, passando para fevereiro ao invés de junho, como é atualmente. Também ficou definida a manutenção das demais cláusulas do acordo anterior.
      Duas cláusulas importantes foram obtidas pelo Sindicato na negociação, válidas tanto para o Marfrig/Bagé quanto para o Pampeano Alimentos. Uma delas diz respeito à saúde da mulher. “A trabalhadora que precisar realizar exames preventivos para detecção do câncer de mama ou de colo do útero terá o dia abonado. Essa é uma vitória importante da categoria”, frisa o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral. Outro item é relativo à preocupação dos empregados que tenham se afastado do trabalho, são liberados pela Previdência Social, mas acabam considerados inaptos para regressar às funções pelo médico da empresa. Com isso, o trabalhador ficava à mercê de indefinições quanto à sua atuação, além de ganhar uma sobrecarga emocional. “A empresa se comprometeu ao pagamento de um laudo, elaborado pelo médico da preferência do trabalhador, quando houver essa indefinição para encaminhar à Previdência Social e demonstrar que não há condições de retorno ao ambiente laboral”, enfatiza Cabral.
      Embora as partes tenham chegado ao acerto, a forma de negociação por parte do Marfrig desagrada ao Sindicato. Isso porque sempre no período das negociações a empresa alega dificuldades financeiras, demite trabalhadores e concede férias coletivas. Cabral ressalta que todos os anos esses processos retardam a proposta de reajuste, causando descontentamento aos seus empregados e insatisfação dentro da indústria. “A categoria cobra o Sindicato, mas sempre buscamos o diálogo. O Marfrig diz que precisa encaminhar as propostas a São Paulo para uma definição, só que o trabalhador acaba sendo prejudicado, pois aguarda 14, 15 meses para ter um reajuste. Todos nós lamentamos essa postura da empresa”, reforça o presidente. A mudança da data-base dos trabalhadores do Marfrig não significa uma mudança de postura mais amena pelo Sindicato. “Em fevereiro estaremos mais uma vez sentando à mesa de negociação”, enfatiza Cabral.
      Também no mês de fevereiro, os trabalhadores do Marfrig/Bagé terão um percentual de reajuste. Isso porque no acordo ficou mantida a vinculação do piso normativo de faqueiros, magarefes e desossadores ao Piso Mínimo Regional.
Padarias, engenhos, laticínios, pequenos frigoríficos e outros
      Em relação às negociações para o acordo coletivo do setor de padarias, engenhos, laticínios, pequenos frigoríficos e outros, a situação segue indefinida. Não há data prevista para uma nova rodada de negociações com a classe patronal. Conforme Cabral, os trabalhadores lamentam a falta de sensibilidade do setor empresarial da região, já que os produtos vendidos pelos integrantes da classe patronal têm reajustes constantes, enquanto os empregados precisam esperar mais de ano pela reposição salarial. “Os produto s que essas mesmas empresas vendem têm reajustes quase que diários, mas o trabalhador tem seu poder de compra afetado por não conseguir um reajuste compatível com suas necessidades”, avaliao presidente.

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