quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Problemas para trabalhadores do Pampeano Alimentos motivam reunião do STIA/Bagé com diretor da empresa

No início de novembro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região, Luiz Carlos Cabral, participou de uma reunião com Rui Mendonça Júnior, da direção da Marfrig. O motivo foi uma série de situações que estão causando problemas aos trabalhadores dentro do Pampeano Alimentos, em Hulha Negra. Os representantes sindicais no Pampeano também participaram do encontro.

Na oportunidade, Cabral relatou a situação encontrada em vários setores. Na área de descanso destinada aos trabalhadores, a condição é precária. A empresa providenciou um "lonão" durante o período da pandemia da Covid-19, mas com o passar do tempo o local foi mantido. Só que o desgaste da lona. aliada ao problema no assoalho, gera desconforto para os empregados. 

"Os trabalhadores reclamam que, no período de calor é praticamente insuportável ficar ali dentro. O espaço que seria para descanso se transformou em algo precário. Alguns trabalhadores precisam procurar sombra porque a lona está deteriorada e não veda o sol", justifica Cabral. Os trabalhadores chegaram a solicitar à empresa se poderiam descansar debaixo da sombra das árvores – algo que anteriormente ocorria, mas a empresa agora não permite. 









Outra dificuldade para os funcionários está nos vestiários. Uma estrutura também foi montada de maneira emergencial durante a pandemia do novo Coronavírus. No entanto, o local não conta com chuveiro, nem banheiros. "Essa situação está só beneficiando a empresa, mas prejudica e muito o trabalhador", reforça o líder sindical. É um complemento ao chamado “vestiário colorido”.

O outro vestiário, mais completo, também está deficitário. O local conta com oito chuveiros – mas nem sempre todos funcionam - para atender cer de 200 empregados. Além disso, só existe uma pia para que os trabalhadores possam escovar os dentes após as refeições. “Sempre tem algum chuveiro que está queimado ou com defeito”, reforça Cabral. 

“Os trabalhadores já estão mal acomodados há anos. Com a pandemia, o lonão serviu para evitar aglomerações. Só que a empresa não toma nenhuma atitude em relação a isso, que já dura mais de 15 anos. O Sindicato cobra sempre, a empresa fica de realizar providências, mas não resolve. A empresa cresce a cada ano e precisa destinar um local digno para os trabalhadores descansarem”, reforça o presidente do Sindicato. 













Transporte

Uma das situações tratadas entre Sindicato e Marfrig na reunião foi a situação dos ônibus que transportam os funcionários até o Pampeano. Um dos problemas verificados é a alteração de itinerários - modificados, segundo os trabalhadores e confirmado pela empresa - sem comunicação prévia. Isso ocasiona que muitos empregados, em especial do turno da noite, acabam prejudicados. Muitas vezes os funcionários são pegos no local combinado, mas no retorno acabam sendo deixados em outros locais, diferente de onde foram levados à empresa. 

Uma dificuldade extra é relativa aos ônibus que levam os trabalhadores de Hulha Negra até a fábrica e vice-versa. São veículos já adquiridos usados, com desgastes, e com o passar do tempo só pioram. “Embora seja um trajeto perto, são trabalhadores que estão sendo transportados e estão em risco”, observa Cabral. O líder sindical pondera que há problemas de vedação, onde inclusive, em dias de chuva, os trabalhadores chegam molhados no frigorífico e, nos dias de sol, a poeira também prejudica. 

Os micro-ônibus também causam problemas aos trabalhadores. Conforme relato ao presidente do Sindicato, os veículos adquiridos pela empresa Rodam já eram usados. "Em muitos casos os trabalhadores que vão de Bagé, no inverno, vinham enrolados em cobertores para não passar frio", acentua Cabral. 

Graxaria





O setor de Graxaria também é motivo de reclamações. No local, os funcionários abrem as latas dos produtos que não servem para consumo. "A área da Graxaria está em péssimas condições, em dias de calor a situação é insuportável, não apenas pelo odor, mas pelo acúmulo de latas, já que o espaço é pequeno", frisa o líder sindical.

O presidente do Sindicato enfatiza a indignação dos trabalhadores com a situação que precariza as condições de trabalho. "O Pampeano cobra muito a produção. Uma empresa que exporta para o mundo inteiro, não disponibilizar uma área adequada para seus empregados descansarem depois do almoço, não ter mais do que uma pia em uma área para 200 pessoas, é inexplicável. Essas estruturas de lona que foram feitas provisioriamente mais parecem um acampamento de refugiados, não é algo à altura do nome da empresa", registra Cabral. “Enquanto a direção do Marfrig tem vestiário e banheiros de primeiro mundo, até com ar condicionado, os trabalhadores estão nessa situação humilhante e discriminatória”, ressalta Cabral. 

O Pampeano, por meio do diretor Rui Mendonça Júnior, se comprometeu a resolver as situações apresentadas pelos trabalhadores e pelo Sindicato. Até o momento, não foram tomadas providências nos locais de reclamação. 


 

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