sexta-feira, 20 de março de 2020

Comunicado do STIA/Bagé a respeito das atividades no Marfrig/Bagé e Pampeano Alimentos (Hulha Negra)



O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé vem a público esclarecer fatos a respeito das condições de trabalho nos maiores frigoríficos da região (Marfrig/Bagé e Pampeano Alimentos):
A diretoria do Sindicato está vigilante e desde o dia 13 encaminhou oficío ao diretor de Assuntos Sindicais do Marfrig, Benedito Varaldo Nascimento, solicitando procedimentos a serem adotados. A diretoria esteve reunida pessoalmente com representantes das duas plantas frigoríficas, atendendo apelos dos trabalhadores que pediram a suspensão das atividades por causa dos casos de Coronavírus já confirmados em Bagé e o receio de aumento do contágio da doença. Entretanto, fomos informados pelo Marfrig de que como a indústria trata de alimentos, não é possível paralisar a produção. A alegação é de que em período de calamidade pública (não apenas Bagé e o Estado, mas agora o Brasil está nesta condição oficialmente, após aprovação do Senado Federal na manhã desta sexta-feira, 20 de março) o país precisa manter o funcionamento industrial para evitar riscos de desabastecimento. 
O Sindicato reforçou o pedido de que a medida seja reavaliada caso a caso, devido a condições de trabalhadores com mais de 60 anos,  gestantes e pessoas que possam integrar grupos de risco de contágio, como trabalhadores com doenças crônicas. Da mesma forma, o Sindicato solicitou que os veículos que transportam os trabalhadores sejam higienizados de forma mais intensa. A empresa afirma que está tomando medidas para garantir a segurança dos trabalhadores, como distanciamento no refeitório, disponibilização de álcool gel.
O Sindicato reforça que toma as medidas em defesa do trabalhador. Entretanto, como a condição é atípica, não tem o poder de exigir que a empresa paralise – até por conta das restrições legais quanto ao setor da alimentação. O Marfrig alega que as orientações vem da matriz de São Paulo e que, em princípio, não há intenção de paralisar as atividades.
Tal fato, aliás, foi destacado pelo prefeito de Bagé, Divaldo Lara, em manifestação na tarde desta sexta-feira, pelas redes sociais. Ao ser questionado em entrevista coletiva sobre a situação dos trabalhadores dos frigoríficos, o prefeito relatou exatamente o que disseram ao Sindicato: que não há amparo legal nos decretos estadual e municipal para paralisação das atividades do Marfrig, mas que irá buscar uma alternativa jurídica nos próximos dias. 
Outra informação, já publicada em nossas redes sociais, mas agora reforçada: decidimos manter os atendimentos médicos em nossa sede social em Bagé. Diversos trabalhadores manifestaram contrariedade à posição tomada pelo Sindicato de suspender os atendimentos na área de saúde por 15 dias. Por conta disso, a diretoria decidiu rever a posição e disponibilizar o atendimento de ao menos um médico, com os devidos cuidados sanitários e respeitando as normas de saúde, enquanto houver a situação de Calamidade Pública. 

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