A diretoria do Sindicato já esteve reunida com representantes das duas plantas frigoríficas em várias oportunidades e por e-mail e via telefone com diretores da empresa em São Paulo, atendendo apelos dos trabalhadores que pediram a suspensão das atividades por alguns dias ou a redução do contingente para diminuir a aglomeração de trabalhadores. A preocupação é porque essa aglomeração se caracteriza nos ônibus, vestiários, refeitório e nos próprios setores de produção destas empresas – que em alguns casos, devido à atividade produtiva, exige um numero maior de pessoas. Entretanto, entendemos que, em um momento como este, esse contingente de pessoas pode ser reduzido, por conta dos casos de Coronavírus já confirmados em Bagé e o receio de aumento do contágio da doença.
Entretanto, fomos informados pelo Marfrig de que como a indústria trata de alimentos, não é possível paralisar a produção. A alegação é de que em período de calamidade pública (não apenas Bagé e o Estado, mas agora o Brasil está nesta condição oficialmente) o país precisa manter o funcionamento industrial para evitar riscos de desabastecimento.
O Sindicato reforçou o pedido de que a medida seja reavaliada caso a caso, devido a condições de trabalhadores com mais de 60 anos, gestantes e pessoas que possam integrar grupos de risco de contágio, como trabalhadores com doenças crônicas. Da mesma forma, o Sindicato solicitou que os veículos que transportam os trabalhadores sejam higienizados de forma mais intensa. A empresa afirma que está tomando medidas para garantir a segurança dos trabalhadores, como distanciamento no refeitório, disponibilização de álcool gel, etc., mas nosso entendimento e que só isso não resolve. O Sindicato reforça que está atento e tomando todas as medidas cabíveis que o momento exige em defesa do trabalhador inclusive judicial se for necessário. Entretanto, como a condição é atípica, não tem o poder de exigir que a empresa paralise – até por conta das restrições legais quanto ao setor da alimentação.
As direções locais dos frigoríficos alegam que a orientação vem da matriz de São Paulo e que, em princípio, não há intenção de paralisar as atividades. A empresa divulgou, inclusive, uma nota oficial no sábado (21) onde relata, em resumo, tudo aquilo que já havia sido apresentado ao Sindicato e reforçando que não pretende suspender suas atividades nem alterar sua rotina.
Salientamos que tanto os trabalhadores como a direção do Sindicato não querem que a empresa feche, mas que neste momento haja uma redução em sua produção e desta forma também haverá uma redução de trabalhadores.
Lamentamos essa medida da empresa. Mas reforçamos aos trabalhadores que continuaremos lutando para, no mínimo, amenizar a situação gravíssima que enfrentamos no momento.
Outra informação, já publicada em nossas redes sociais, mas agora reforçada: decidimos manter os atendimentos médicos em nossa sede social em Bagé e Hulha Negra. Diversos trabalhadores manifestaram contrariedade à posição tomada pelo Sindicato de suspender os atendimentos na área de saúde por 15 dias. Por conta disso, a diretoria decidiu rever a posição e disponibilizar o atendimento médico, somente para os casos excepcionais com os devidos cuidados sanitários e respeitando as normas de saúde, enquanto houver a situação de Calamidade Pública. Para tanto as consultas para os médicos a partir de terça feira (dia 24 de março) poderão ser marcadas através do telefone 3242-3778 a partir das 8h. O atendimento odontológico também a mesma coisa só casos de extrema urgência. Vale destacar que já consultamos as autoridades municipais sobre a vigência do Decreto de Calamidade Pública e estamos dentro das normais para prestar o atendimento.
Para tanto pedimos a compreensão e a colaboração de todos neste momento que estamos enfrentando.
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