quinta-feira, 26 de março de 2020

Teleconferência debate situação dos trabalhadores do Marfrig/Bagé e do Pampeano Alimentos

Divulgação ASCOM TRT 4ª Região


Uma teleconferência realizada ontem tratou sobre as condições de trabalho no Marfrig/Bagé e no Pampeano Alimentos em Hulha Negra. A audiência online foi conduzida pela juíza do trabalho Marcele Antoniazzi. Participaram representantes do Marfrig, do Ministério Público do Trabalho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região, Luiz Carlos Cabral, e o coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato, Álvaro Pimenta Meira. O Sindicato havia ajuizado ação solicitando providências quanto à saúde e segurança dos trabalhadores dos dois frigoríficos.

A solicitação da audiência partiu do Sindicato, por intermédio de um processo judicial, que foi recebido em plantão judiciário. A preocupação do Sindicato acontece desde o início da chegada do Covid-19 (Coronavírus) ao Rio Grande do Sul. Dezenas de trabalhadores manifestaram sua preocupação em contato com a entidade sindical ou pelas redes sociais. “Tomamos todas as providências que estavam ao nosso alcance. Só precisamos esclarecer aos trabalhadores que não temos o poder de fazer a empresa parar com as atividades nos frigoríficos por amparo de lei federal, por mais que muitos não consigam entender isso”, desabafa Cabral.

Atualmente a empresa conta com 1.230 trabalhadores no Pampeano e cerca de 600 em Bagé. O Marfrig informou na teleconferência que afastou 58 trabalhadores em Bagé e 134 no Pampeano que estavam em grupos de risco ou apresentando sintomas de gripe.

O Marfrig alegou que as equipes de trabalho da empresa realizaram diversos procedimentos de segurança. Entretanto, a juíza solicitou que o Marfrig e Pampeano  realizem outras providências – como a demarcação dos espaços para marcação do ponto e da espera para o transporte, o estudo sobre a retirada das catracas na entrada da planta frigorífica e que a empresa tome providencias para o distanciamento dos trabalhadores nos setores de trabalho.

Outra medida solicita é junto à Rodan (empresa terceirizada que faz o transporte dos trabalhadores para as duas plantas) para que veja a possibilidade da retirada dos lacres das janelas dos ônibus, para melhorar a ventilação. Outro ponto questionado por Cabral diz respeito a um lugar adequado para os trabalhadores do Pampeano descansarem nos horários de intervalo entre uma jornada e outra - que é de no mínimo uma hora. Agora, com a adequação do local que os trabalhadores utilizam para descanso foi usado para aumentar a área do refeitório, não tendo um lugar adequado para esta finalidade. Cabral destaca que, muitas vezes, o trabalhador precisa buscar abrigo na sombra das arvores ou dos galpões, isto e vergonhoso e constrogedor salienta Cabral.

As empresas precisam informar a juíza ate às 20h desta quinta-feira (26) que providencias foram tomadas neste sentido. Outra preocupação do Sindicato que ficou esclarecido é que o Marfrig se comprometeu a pagar o salário dos trabalhadores que estão sendo afastados da empresa por problemas de saúde.

Caixas eletrônicos em Hulha Negra

Cabral relatou que os dois caixas automáticos do Banco do Brasil em Hulha Negra não estão funcionando novamente. “Para os trabalhadores isto já não e novidade, sendo que estes são obrigados a se deslocar a Bagé, seja por veículo próprio, seja por carona ou por ônibus para poder acessar seu dinheiro”, ressalta o presidente. “A situação já é complicada, mas agora nesse período de receio dos trabalhadores com o coronavírus, se torna ainda pior”, complementa Cabral”.

 O Marfrig se comprometeu a solucionar mais este problema  com o Banco do Brasil a providenciar junto à instituição financeira o conserto dos caixas eletrônicos. Cabral disse que os trabalhadores têm ficado na mão há pelo menos quatro, cinco anos, já que o Banco do Brasil não tem dado uma  assistência  efetiva a estes caixas em Hulha Negra. E que a empresa tem opção de outros bancos na cidade, como o Banrisul e Sicredi  - que inclusive tem agências em Hulha Negra. Um dos representantes do Marfrig,que participou direto de São Paulo Heraldo Geres, disse que, se necessário, a empresa irá acionar a direção do banco em Brasília para resolver a situação o mais rápido possível. 

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